quinta-feira, 8 de abril de 2010

Proteja a si, não o que É seu

Outro dia, encontrei uma amiga com o braço na tipóia. Contou-me que, caminhando, sua agenda escorregou para o chão. Ainda no ar, ela esforçou-se, esticou-se toda e conseguiu impedir a queda da preciosa agenda. No entanto, ligamentos do braço, dos quais só recordo de um tal "manguito", ficaram em frangalhos. Dores terríveis, antiinflamatórios, médicos, tomografia, impossibilidade de dirigir por mais de um mês, foi o prêmio pela agilidade no salvamento daquela agenda.
Muito pior aconteceu nesses dias. Cheguei em casa, vi a floreira de proteção da árvore da calçada completamente destruída.
Motivo: batida de carro.
Mas a história escondia detalhes trágicos, pois o carro saiu de uma casa vizinha, talvez por não estar com o freio de mão totalmente preso. A dona, ao perceber o movimento, tentou - pela janela - puxar o freio, mas o carro avançou. Com isso, veio a queda, o pé atingido pelo pneu, e uma forte batida na cabeça, pois caira de costas.
O marido acorreu e entrou em desespero ao vê-la desmaiada, respirando com dificuldade. Entrou em desespero, gritou, apareceram os vizinhos. Uma enfermeira presente viu a necessidade do socorro imediato. Sem esperar pelo resgate, lá foram os três com o carro transformado em ambulância, disparado.
Não se sabe se foi o correto, mas a chegada rápida ao hospital acelerou o atendimento de emergência: fratura no crânio é coisa séria.
Na manhã seguinte, busquei notícias. Felizmente tivera alta, apesar da dor acumulada pelo corpo. Agora vai cuidar da recuperação e passar por especialistas para evitar sequelas.
Esses dois fatos justificam muito bem o título que escolhi, no entanto, seus detalhes inspiram um alerta para ações do dia-a-dia. Na maioria das vezes, ficamos lado a lado com o perigo e nem nos damos conta. Tentar proteger o que é nosso é natural, mas não se pode abrir mão do instinto de preservação. Nossa proteção está acima de tudo, apesar de algumas atitudes - como foi o caso da agenda - parecerem as mais ingênuas possíveis.
Recordo aquele dito popular sobre "chorar o leite derramado". Quando temos poucas opções, ou evitamos o leite, ou deixamos que os gatos se fartem com o que foi para o chão.
Novo leite, outra agenda ou pequena funilaria são coisa secundárias. Primeiro vem a saúde, o bem estar, a vida. O resto é resto.

Um comentário:

  1. Muita sabedoria nas suas letras, tenho procurado nas tabuletas das escolas um curso que nos prepare para tomar essa decisão na hora do desastre, mas não tenho encontrado.
    Somos produtos de "estórias" de heróis, sempre achamos que nossos poderes vão se manifestar de uma hora para outra, como o homem de aço ou como o Huck.
    Mas infelizmente somos só seres humanos, frágeis e carentes, que nos agarramos a sonhos, sensações, porções mágicas, Deuses e muita imaginação.

    Se você souber de um curso desse me mande o contato.....

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